Uma mulher estrangeira está morando no saguão do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, há pelo menos três semanas. Ela se identifica como Olga Babaeva, de 58 anos, e afirma que é israelense. Conta ainda que vive no aeroporto por escolha própria e que já fez o mesmo em outros sete países.
A Polícia Federal afirma que ainda investiga a origem da mulher. Ela afirma que teve o passaporte roubado em Manaus (AM) e apresentou um fragmento de passaporte israelense à PF, ao entrar com pedido de asilo no Brasil. A corporação encaminhou o caso ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) e notificou o consulado israelense.
O consórcio que administra o Galeão confirma que ela circula pelo local há três semanas, embora a mulher diga que vive no local há três meses.
No Galeão, a rotina de Olga, segundo funcionários de estabelecimentos do aeroporto, inclui dormir em bancos e pedir dinheiro a passageiros . O G1 conversou com a mulher, que afirma que já morou em sete aeroportos diferentes pelo mundo e domina quatro idiomas: romeno, grego, hebraico e inglês.
Olga afirma que está fora de seu país de origem desde 2016, segundo ela por motivos familiares. Ela explicou que fica no Galeão porque considera aeroportos lugares seguros. “O aeroporto é muito mais seguro e tem tudo. Às vezes eu pego um ônibus e conheço a cidade. Mas sempre volto. Aqui tenho café, almoço, compras, tem tudo. Já morei em rodoviária também”, conta
Mesmo relatando ter três filhos em Israel, a mulher afirma que pretende continuar na cidade. “Decidi ficar pelo Rio de Janeiro porque aqui é lindo. Um paraíso. Não pretendo ir embora. Já morei em São Pedro (São Pedro da Aldeia, Região dos Lagos) e tenho a vontade de morar em Cabo Frio, onde tenho uma amiga”, revela.
A moradora do Galeão afirma que antes de chegar a América do Sul passou por Paris, Roma e Palermo (Itália) e, antes de desembarcar no Brasil, teria ficado cerca de 1 mês e meio morando no Aeroporto Internacional de Maiquetía - Simón Bolívar , o principal da Venezuela.
Após a suposta passagem por Caracas, Olga diz que conseguiu juntar dinheiro e embarcou para Manaus, onde teria sido furtada e perdeu todos os documentos. Segundo ela, ainda foi possível conhecer e morar na Amazônia e Brasília, antes de vir e se apaixonar pelo Rio de Janeiro.
Olga revelou que falou recentemente com os filhos, que imploraram, por telefone, a volta da mãe para Israel. “Eles acham que estou passando fome. Mas não estou. Estou feliz aqui. Eu disse para eles que não quero voltar e não vou voltar”, sorri.
Com um semblante tímido, e sem falar português, Olga Babaeva passa a maior parte do tempo na praça de alimentação do terminal 2 do aeroporto do Galeão. Ela conta que, em alguns momentos, sai para dar uma volta na cidade.
“Às vezes eu saio de ônibus para conhecer mais a cidade. Eu fico mais tempo por aqui mesmo. Eu e minhas malas (se referindo à a um travesseiro improvisado e uma caixa de metal, que segundo ela, possui objetos pessoais). |