A aviação agrícola já não é mais considerada um luxo nas propriedades rurais. Essas aeronaves se transformaram em uma importante ferramenta de apoio para o desenvolvimento de pastagens e lavouras goianas, principalmente de milho, cana e soja. Nos últimos quatro anos, a frota de aviões agrícolas do Estado cresceu 15,9%, três vezes mais que a expansão nacional, que foi de 5,38%.
O Brasil possui a segunda maior frota do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Atualmente, segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), Goiás tem a quarta maior frota nacional, com 277 aeronaves, atrás apenas de Mato Grosso, Rio Grande do Sul e São Paulo. A maior parte dessas aeronaves (cerca de 70%) pertencem a empresas de aviação agrícola, que prestam serviços aos produtores rurais.
Em Goiás, a aviação agrícola cresceu junto com a produção agropecuária e foi se inserindo na rotina de plantio e colheita da safra nas propriedades. Hoje em dia, quase não se produz mais cana ou milho sem aviação, principalmente nos estágios mais elevados das plantas. Mas a rapidez e precisão da aviação são fundamentais na prevenção e no combate de doenças também em lavouras de soja.
O empresário Tiago Texter, diretor do Sindag e proprietário da Aerotek Aviação Agrícola, que tem sete aeronaves e atende propriedades rurais no Sul do Estado e no Triângulo Mineiro, explica que a aviação é utilizada para aplicação de defensivos e adubação de lavouras e semeadura de forragens nas pastagens. Segundo ele, hoje o custo das aplicações por aviões agrícolas não é mais tão superior ao do sistema terrestre, pois ela é mais eficiente e não danifica a cultura. “Como ela não provoca amassamento, não causa perdas como no sistema terrestre”, destaca. O custo depende de vários fatores, como localização, tamanho e relevo de cada propriedade, da cultura e do tipo de produto que é aplicado.
A cobrança também é por hora ou hectare. O produtor Guilherme Franco utiliza a aviação agrícola há mais de 10 anos, sendo três a quatro vezes por ano na cana e duas vezes nas lavouras de milho. “Este ano, também fiz todas as pulverizações da soja com avião”, destaca. Guilherme, que também é pecuarista, também usa as aeronaves para semeadura de pastagens. “Como a aplicação por avião é mais rápida, podemos aproveitar as melhores condições climáticas para fazer uma área muito maior que por terra”, justifica. Segundo ele, o custo se equipara à aplicação terrestre, sem amassar as culturas. |