Rio perde voos para os EUA

Fonte CONUT - 22/05/2018 - 12h48min
Rio perde voos para os EUA
A recessão e a crise fiscal fluminense fizeram a oferta de voos ligando o Rio de Janeiro aos Estados Unidos encolher, com perda de linhas para outros mercados mais rentáveis no país ou no exterior. A partir de março de 2019, por exemplo, não haverá mais opção de voo direto Rio-Nova York, como antecipou o colunista do GLOBO Lauro Jardim. Dentre as empresas aéreas brasileiras, apenas a Latam mantém frequências para levar cariocas diretamente a cidades americanas. De janeiro a março deste ano, o número de passageiros pagos transportados nas rotas Rio-EUA foi de 223,5 mil, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). É um tombo de mais de 26% em relação aos 303,5 mil do primeiro trimestre de 2014, antes do início da crise econômica no país. Mas já mostra avanço sobre igual período de 2017, quando chegou a 181,3 mil.
 
Os números mostram, contudo, o aumento dos voos sazonais — operados apenas na alta temporada — em paralelo à desativação de outros regulares ou em atividade todo o ano. Em janeiro, pico da temporada de férias, houve 468 voos entre o Rio e cidades americanas. Em março, o número recuou em 27,1%, para 341. Mesmo considerando que o reforço em período de alta demanda é habitual, em 2014, a redução do número de voos entre janeiro e março não passou dos 17,5%.
 
— As companhias aéreas planejam as malhas (de voos) cada vez mais com base nas rotas que vão garantir maior lucratividade, e isso é um avanço em inteligência de negócio — pondera Respicio Espírito Santo, professor de Transporte Aéreo da UFRJ. — Às vezes, um voo não é deficitário, mas é menos lucrativo na comparação com outro destino mais forte.
 
Dólar é fator a mais de preocupação
 
AAmerican Airlines, única que mantém o voo regular para Nova York saindo do Galeão, anunciou que vai tornar a linha sazonal a partir de março. Em agosto, o voo, que hoje é diário, passará a ser operado cinco vezes por semana. No fim do ano, volta para sete vezes para o período de férias, sendo desativado na sequência. O voo Rio-Dallas, que a empresa aérea americana retomou, depois de anos, nas últimas férias (entre dezembro e março) não será retomado, afirma Dilson Verçosa, diretor regional de Vendas da American Airlines para a América Latina: — Nos últimos três anos, as condições se deterioraram no mercado brasileiro, no Rio ainda mais. As companhias aéreas decidem onde colocar aviões com base na demanda, priorizando as rotas mais lucrativas. É uma questão de rentabilidade. Achávamos que em março/abril de 2017 a economia brasileira retomaria. Hoje está melhor, mas sobre uma base de comparação frágil. Em paralelo, temos a demanda no mundo e nos EUA se recuperando.
 
A American vai reduzir outras linhas que opera no Brasil, como Belo Horizonte-Miami, que será suspensa, e uma dentre três de São Paulo e a cidade da Flórida, a partir de agosto.
 
— O Rio sofre em particular pela situação do governo do estado, a crise no setor de óleo e gás, impactando o turismo de lazer e o de negócios. Agora, temos também a alta do dólar. Tudo isso afeta a economia da cidade, com menos gente voando. É ano de eleição, e a economia não está respondendo como se esperava — diz Verçosa.
 
Viagem até 4 horas mais longa
 
Com as mudanças previstas nos números de voos diretos, o carioca será forçado, dependendo do destino escolhido, a fazer conexão no Brasil ou nos EUA. Quem sai do Rio para Nova York hoje pode voar direto com a American Airlines, num percurso que leva dez horas. A partir de março do próximo ano, a viagem feita com a mesma companhia aérea teria de ser por Miami, com duração de 14 horas e 17 minutos, incluindo 2 horas e 25 minutos de conexão. A alternativa seria parar em São Paulo, com um percurso de 13 horas e 15 minutos, incluindo 2 horas e 20 minutos em Guarulhos.
 
Com dois voos diários para os EUA partindo do Aeroporto Internacional do Rio para Miami e três frequências semanais para Orlando, a Latam desativou a linha do Galeão para Nova York no ano passado. A Delta, que voa diariamente entre Rio e Atlanta, passou a voar para Nova York em dezembro passado, mas é operação sazonal, também em razão da demanda. Será retomada no fim do ano.
 
Com a Delta, uma opção para chegar a Nova York é seguir por Atlanta, ampliando a viagem a 13 horas e 24 minutos, com 1 hora e 30 minutos de conexão. Ou por são Paulo, levando 14 horas e 18 minutos.
 
— No primeiro trimestre, tivemos alta de 18% no total de passageiros internacionais, frente a janeiro a março de 2017. Mas, no caso dos EUA, com a alta do dólar e a redução na oferta de assentos, já nos preocupamos — diz Luiz Rocha, presidente da RioGaleão.
 
A concessionária do Aeroporto Internacional do Rio, continua Rocha, vem trabalhando para estimular a maior oferta de voos. Ele pondera que os voos regulares são importantes para as viagens de negócios e também para o tráfego de carga:
 
— Voltamos a conversar com o governo do estado sobre uma redução na alíquota do ICMS sobre o querosene de aviação para os voos domésticos.
 
Ele destaca que, entre Brasil e EUA, os voos podem ter até 80% dos passageiros brasileiros. No caso de linhas europeias, conta Rocha, o movimento é dividido quase meio a meio, de forma que o freio na demanda local impacta menos.
 
— As empresas europeias estão adicionando voos no Rio. Entre outubro e novembro do ano passado, tivemos aumento na oferta da Alitalia, para Roma; da British Airways, para Londres; da Royal Air Maroc, para o Marrocos; da KLM, para Amsterdã. A Air France terá mais três frequências semanais a partir de outubro, subindo para dez — diz ele.
 
O movimento de passageiros entre os destinos, porém, é bastante diverso. Mesmo em queda, somente em março foram 58.437 para os EUA. No mesmo mês, os voos para Portugal tiveram 24.467 passageiros e os para a França, 20.325.

Para os EUA, a United Airlines mantém uma frequência diária entre Rio e Houston. Azul e Avianca não têm voos do Rio para os EUA, embora estejam ampliando a oferta saindo de outros destinos do país. A Latam está expandindo voos para cidades americanas de outros pontos do Brasil. Já a Gol vai reativar as linhas para Orlando e Miami, suspensas em 2016, a partir de novembro, mas com saídas de Brasília e Fortaleza. Quem partir do Rio terá de trocar de avião na capital federal. 

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